Marcos Portugal: O Basculho de Chaminé

A música, a dramaturgia e a poesia ganham um colorido especial de um cenário histórico somado ao talento de jovens músicos e artistas convidados. Dia 19 de dezembro é dia de estreia da ópera “O Basculho de Chaminé”, do compositor luso-brasileiro Marcos Portugal (1762-1830) e libreto de Giuseppe Maria Foppa (1760-1845). Gravada no teatro mais antigo em funcionamento da América Latina, a charmosa Casa da Ópera, em Ouro Preto (MG), a ópera reúne os alunos da Academia Orquestra Ouro Preto que se apresentam ao lado das sopranos Marília Vargas e Ludmilla Thompson, dos barítonos Johnny França, Sabah Teixeira e Ádamo, e do tenor Jabez Lima. A apresentação inédita foi transmitida no dia 19 de dezembro, às 19h, gratuitamente.

A ópera é resultado da parceria com o projeto Sinos - Sistema Nacional de Orquestras Sociais. Os jovens músicos foram regidos pelo coordenador do projeto Sílvio Viegas, que volta à Orquestra Ouro Preto como maestro convidado para este novo trabalho. Ele foi o primeiro regente do grupo, no início dos anos 2000, ainda como Orquestra Experimental da UFOP. “O Basculho de Chaminé” de Marcos Portugal estreou em 1794, em sua forma original, em Veneza, na Itália, com o título de “Lo spazzacamino príncipe”. No ano seguinte foi representada em Lisboa, com o libreto original de Giuseppe Maria Foppa adaptado para o português. Como um título típico da ópera buffa do final do século XVIII, trata-se de uma comédia de costumes, com os imbróglios característicos do gênero, com personagens que estabelecem uma clara relação com a "commedia dell’arte" italiana. O Barão de Monte Albor desconfia da fidelidade de Flora e da lealdade de seus criados. Para tirar a prova, o Barão trama com Pieroto, o limpador de chaminés, uma troca de identidades. Este, por sua vez, se aproveita da situação para usufruir das regalias da vida do Barão, criando assim inúmeras situações cômicas. A direção cênica é assinada por Julliano Mendes.

Marília Vargas